Da Dor ao Amor que Cura
(Poema sistêmico)
No silêncio que antecede as palavras,
um fio invisível me chama.
É dor antiga — de outros tempos —, enraizada no meu peito como se fosse minha.
Carrego histórias que não vivi,
pesares que não escolhi,
ausências que se fazem presença
nas dobras do meu destino.
Sinto n’alma algo a clamar:
um amor esquecido,
um nome não dito,
um abraço suspenso
no tempo das gerações.
Então, fecho os olhos,
respiro — consciente, profundamente —
e sinto a vida que sou
no simples ato de inspirar e expirar.
Entregue ao momento, permito-me ver:
a criança que não nasceu,
o soldado ferido,
a mulher que chorou em silêncio e — nos braços da morte — adormeceu.
Vejo também os que foram excluídos,
os que ninguém ousou lembrar — e que, ainda assim, esperam ser vistos… com amor.
Me curvo.
E, em reverência,
digo sim à vida como ela foi.
Digo sim ao que me trouxe até aqui.
Solto o que não é meu.
Honro os que me precederam.
E, neste gesto silencioso,
experimento a força do amor.
Amor que atravessa as gerações,
que cura sem querer salvar.
Amor lúcido que reconhece, inclui e deixa partir…
Sou filha do tempo e da memória,
sou o ventre do agora,
onde a dor se transforma em força,
o amor renasce,
e a história floresce em paz.
Maria Aparecida Giacomini D'Oro
P.S. Este poema é reflexo da minha própria travessia, vivenciada com mais consciência a partir de junho de 2018.
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