Na memória, aquele espaço sagrado da minha infância ainda guarda a velha lamparina acesa, protegendo-me dos monstros que habitavam as trevas noturnas; monstros que se alimentavam do meu medo inocente ante os relatos assombrosos e alternados de adultos incautos.
Hoje vejo que aqueles monstros nem eram tão monstros assim, pois se rendiam – num piscar de olhos – à luz azul de uma velha lamparina. Monstros são estes que trago em mim; que tolhem meus passos e aniquilam minha alma no breu das noites insones e em dias de sol a pino, ininterruptamente...