Portal do Silêncio
Silencio minha mente, abro o meu coração para melhor te escutar....
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                          Mergulha nas águas da consciência
                          Ressignifica tua dor

                          Guia-te pela Divina Essência
                          Coloca luz nos teus monstros
                          Recupera tua "criança interior"

                            

O centro principal da "criança interior" ferida é a vergonha tóxica, sentimento de ser falho, inferior, de nunca corresponder à expectativa do outro...
Recuperar a "criança interior" , em nós,  é o primeiro estágio da nossa jornada de "volta ao lar" ; é o resgate da "criança maravilha" e suas infinitas possibilidades.
A meditação "Meu nome é Vergonha Tóxica" é um resumo dos modos pelos quais nossa "criança maravilha" pode ser ferida na mais tenra infância.


 


Meu nome é Vergonha Tóxica

Quando você foi concebido eu estava lá
Na adrenalina da vergonha de sua mãe
Você me sentia no fluido do útero materno
Eu cheguei antes de você aprender a falar
Antes de você compreender
Antes que pudesse saber qualquer coisa
Cheguei quando você aprendia a andar
Quando estava desprotegido e exposto
Quando era vulnerável e carente
Antes de ter suas fronteiras

Meu nome é Vergonha Tóxica

Cheguei quando você era mágico
Antes que percebesse a minha presença
Eu separei sua alma
Eu apunhalei seu coração
Eu o fiz sentir-se falho e deficiente
Eu trouxe comigo sentimentos de desconfiança,
feiúra, estupidez, dúvida, de não valer nada,
de inferioridade e de inutilidade
Eu o fiz sentir-se diferente
Eu disse que havia alguma coisa errada com você
Eu maculei sua semelhança com Deus

Meu nome é Vergonha Tóxica

Eu existia antes da consciência
Antes da culpa
Antes da moralidade
Eu sou a emoção mestra
Sou a sua voz interior que murmura
palavras de condenação
Sou o estremecimento interior que percorre seu corpo
sem nenhuma preparação mental.

Meu nome é Vergonha Tóxica

Eu vivo escondida
Nas margens úmidas e profundas das trevas
da depressão e do desespero
Sempre o apanho desprevenido
e entro pelas portas dos fundos
Não convidado, indesejável
O primeiro a chegar
Eu estava lá no começo dos tempos
Com o Pai Adão, com a Mãe Eva
Irmão Caim
Eu estava na Torre de Babel, na Matança dos Inocentes

Meu nome é Vergonha Tóxica

Eu venho de responsáveis “desavergonhados”,
do abandono, do ridículo, do abuso, da negligência
- dos sistemas perfeccionistas
Recebo minhas forças da intensidade chocante
Da raiva dos pais
Das frases cruéis dos irmãos
Das humilhações zombeteiras das outras crianças
Do reflexo desajeitado nos espelhos
Do contato pegajoso e assustador
Da palmada, do beliscão, do gesto brusco
que mata a confiança
Sou intensificado pela cultura sexista, racista
Pela condenação hipócrita dos fanáticos religiosos
Pelos temores e pressões da educação
Pela hipocrisia dos políticos
Pela vergonha multigenerativa
dos sistemas familiares disfuncionais.

Meu nome é Vergonha Tóxica

Eu posso transformar uma mulher, um judeu, um negro, um gay, um oriental, uma criança preciosa
Em uma cadela, um porco, um negro sujo, um pervertido, um japa, um pequeno egoísta filho da mãe.
Eu trago uma dor que é crônica
Uma dor que nunca acaba
Sou o caçador que o persegue noite e dia
Todos os dias, em todos os lugares
Não tenho fronteiras
Você tenta se esconder de mim
Mas não pode
Porque eu vivo dentro de você
Eu o faço sentir que a esperança não existe
Que não há saída

Meu nome é Vergonha Tóxica

Minha dor é tão insuportável que você precisa
passá-la para os outros através do controle,
do perfeccionismo, dos desprezo, da crítica, da culpa,
da inveja, do julgamento, do poder e da raiva
Minha dor é tão intensa
Que você tem que me disfarçar com vícios, papéis rígidos,
repetições de fatos dolorosos e defesas inconscientes do ego
Minha dor é tão intensa
Que você tem de aliviá-la e não mais me sentir.
Eu o convenci de que fui embora - que eu não existo –
você sentiu a ausência, o vazio.

Meu nome é Vergonha Tóxica

Eu sou o centro vital de sua co-dependência
Eu sou a falência espiritual
A lógica do absurdo
A compulsão repetitiva
Eu sou o crime, a violência, o incesto, o estupro
Sou o abismo voraz que alimenta todos os vícios
Sou a insaciabilidade e o desejo carnal
Sou Ashaversus o Judeu Errante, O Holandês Voador
de Wagner, o homem do submundo de Dostoievski,
o Sedutor de Kierkegaard, o Fausto de Goethe
Eu transformo quem você é no que faz e no que possui
Eu assassino sua alma e você me passa adiante
para as gerações futuras

Meu nome é Vergonha Tóxica


Adaptação da meditação escrita por Leo Booth feita por John Bradshaw, autor do livro: Volta ao Lar – como resgatar e defender sua criança interior - Editora Rocco.
Maria Aparecida Giacomini D Oro
Enviado por Maria Aparecida Giacomini D Oro em 10/05/2007
Alterado em 26/02/2012
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