Ser, simplesmente, ser...
Trago no peito marcas,
Marcas das correntes
Armadilhas camufladas
De um passado hostil
Trago nos punhos marcas,
Marcas das algemas
Prisões impostas
Por uma sociedade vil
Trago na mente, crenças
No coração, preconceitos
Invisíveis cárceres
Por mim, aceitos sem questionar
Trago - carente - na alma
Minha criança interior
Sedenta de amor,
liberdade e lar
Sonhos? Distantes
Dores? Presentes
Amores? Ausentes
Esperança? Meu tudo, meu nada
Correntes, correntes... Algemas
Humanidade refém de si mesma
Buscando liberdade
Onde não há
E eu? Cansei...
Atalhos? Vou a lugar nenhum
Não, já não quero mais
Trilhar veredas comuns
Devolva-me
O que me é de direito
Ser amado, ser aceito
Ser, simplesmente, ser